Uma àrvore branca com folhas verdes dava as boas vindas ao Pátio da Galé no desfile do Ricardo Preto. Uma colecção que encontra a inspiração na natureza e no sol da estação fria que percorre e define a costa. Pretende misturar as mulheres com o infinito da “Luz Atlântica” que há cem anos viajou até ao presente num raio branco e que nos trespassa e arrepia. Uma colecção que vai até ao mais primitivo para resgatar uma feminilidade marcadamente masculina carregada de força e coragem.
Os
cabelos apareceram em rastas, apanhados, mais bem atados de forma
descontraída. O cabelo, puxado para atrás, deixava o rosto da modelo ao
descoberto para dar protagonismo à sua feminilidade. Penteados que
evocavam a Índia e relembravam a passada colecção cruzeiro de uma grande
firma francesa.
O
desfile abriu com looks em branco em diferentes tecidos, texturas e
nuances. Aos poucos abriram-se passo tons verdes e castanhos extraídos
da natureza. Camisolas oversized de tricô com figuras de animais
selvagens sobre saias em pele. Casacos com corte marcadamente masculino
e dupla abotoadura que conferiam um ar militar. Viram-se também duas
propostas em tweed preto ornamentado com incrustações de pedras, toques
de rosa choque em calças e vestidos plissados que contrastavam com o
preto. Uma colecção que mostra uma mulher em contacto com si mesma e
com a natureza.
O
público aplaudiu com emoção a saída do Ricardo Preto após o carrossel
final de uma colecção bem construída, consistente e com uma transição
harmoniosa.
Sem comentários:
Enviar um comentário