O desfile de Nuno Baltazar foi possivelmente o mais cotizado entre o público da ModaLisboa. O Pátio da Galé ficou pequeno para todos os que queriam ver ao vivo a nova colecção do criador, que como esperávamos, não defraudou ninguém. Se na passada edição o fio condutor era uma música extraída de uma obra de Pina Bausch (hoje banda sonora do anúncio de uma loja multimarca) nesta edição Nuno Baltazar escolheu o documentário L’Amour Fou como inspiração. A colecção, da mesma forma que no documentário, presta homenagem ao génio que foi Yves Saint Laurent do ponto de vista baseado no amor, no respeito e na admiração mais profunda.
Para uma mulher inspirada no universo Saint Laurent dos anos 70 e 80, Baltazar apostou em cabelos com apanhados baixos à altura da nuca. Pequenas poupas realizadas na parte da franja para dar volume. Uma mulher com um visual retro de acordo com o resto da colecção.
A colecção é uma viagem ao universo mais pessoal de Yves Saint Laurent com apontamentos a grandes sucessos da casa parisiense. As peças reflectem um contraste que existia dentro do próprio Saint Laurent, pret-à-porter com pretensões de couture, looks de dia excessivamente requintados, cortes sóbrios para um espírito jovem. As silhuetas variam mas são sempre femininas e acentuam o corpo da mulher. Destacam as mangas por vezes largas ou assimétricas. As cores reflectem o universo Saint Laurent, desde o azul vivo dos jardins majorelle ao preto dos seus últimos dias, passando pelo rosa e meloa. Grandes laços adornam as cinturas das modelos realçando a sua feminilidade.
Catherine DeNeuve abriu e fechou o desfile com a música de Barbara “Ma plus belle histoire d’amour” que cantou no dia em que Yves Saint Laurent deixou as passarelles.
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