sexta-feira, 9 de março de 2012

Dino Alves - 09.03.2012


"Sombra brilhante" é o nome da Colecção O-I 12/13, uma colecção que busca a inspiração nos segredos que se escondem por trás da escuridão. As sombras permitem que a personalidade se mostre na sua pureza, sem medo dos prejuízos ou julgamentos dos olhos alheios. As sombras são ao mesmo tempo responsáveis pela espontaneidade, pela liberação necessária para o desenvolvimento humano.  Esta colecção revela sob a forma de silhuetas e jogos de cor o que somos e o que não somos, o que é e o que parece ser, tal como acontece quando se observa uma sombra.
 
Os cabelos dos modelos, tanto nos homens como nas mulheres, apareceram cobertos por pedaços de popelina preta que simulavam ideias que flutuam na mente sem acabar de se materializar. Cabelos apanhados e colados ao couro cabeludo para dar ideia de cabeças limpas habitadas apenas por ideias. Um jogo inteligente por parte da equipa criativa que soube expressar um conceito à partida complexo.
 
O desfile começou com vestidos cinzentos sob os quais projectaram-se jogos de luzes e sombras. Vestidos cinzentos com costas em veludo beringela que evocam a escuridão da noite.  Estampados em branco e preto que queriam ser tridimensionais, com apontamentos de vermelho nas costuras e golas.  Discretamente apareceu um padrão dourado que aos poucos foi abrindo o seu caminho para acabar por roubar o protagonismo ao cinza inicial.  silhuetas longilineas e justas, curtas e oversized ao mesmo tempo em lãs, viscoses, sedas, veludo, sarja e popelina.
 
Para os homens a proposta partiu do degradé do cinzento ao branco com aplicações da mesma popelina que cobria os seus cabelos. Aos poucos introduziu-se a cor através do print dourado para acabar em camisas rosa choque.  Calças em degradé com a parte traseira em veludo algodão para um homem que não teme ser original e brincar com volumes e superposições.  Destacam os bolsos das calças com as costuras no exterior dando volume às peças.
 
O designer fechou o desfile sobre o palco desvanecendo a sua própria silhueta com o estalar dos dedos para mostrar a facilidade com que tudo pode virar sombra.

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