quinta-feira, 8 de março de 2012

Lidija Kolovrat - 08.03.2012


 No nosso lugar no front-row recebeu-nos com uma nota: "I see myself in your eyes", uma declaração da designer que pretendia reflectir na sua Colecção O/I a forma em que somos influenciados pele maneira em que os outros nos vêem. Kolovrat deixa claro que o que os outros vêem não é o nosso interior como pessoas, e uma pessoa começa a definir-se desde dentro para depois exteriorizar aquilo que nos torna únicos.
 
As modelos de Lidija Kolovrat desfilaram com os cabelos em apanhados assimétricos, onde metade da cabeleira estava apanhada enquanto a outra metade permaneceu solta.  Uma proposta de vanguarda que deixava protagonismo aos chapéus de asa larga com aplicações de cabelo natural.  A proposta de cabelos masculina encontra como ponto focal a naturalidade, para apresentar modelos com cabelos limpos e naturais.  Os liso dos cabelos acentua-se com um ligeiro alisamento com ferro de alisar sem transmitir a imagem de cabelo trabalhado. 
 
Um modelo masculino abriu o desfile com um visual preto para dar destaque aos detalhes de cor do padrão da sua camisa. Traços roxos e verde flúor, reflexos do interior que luta por sair.  As peças são um estudo de mesmas, onde a designer vai além da estética e questiona o porquê dos elementos que compõem cada peça.  Ai é onde Kolovrat encontra um jogo para rodar, trasladar e reinventar para dar lugar a  dobras nos joelhos das calças, pequenos cortes nas costuras laterais das peças que abrem novas possibilidades de movimento, costuras que passam ao exterior dos vestidos para ganhar protagonismo dentro dos mesmos.
 
A proposta masculina jogava com a superposição de diferentes tecidos e matérias criando estruturas e camadas que convivem por si mesmas mas que fundem-se numa única peça.  O preto ganha protagonismo na gama cromática que reserva as outras cores para padrões e forros de casacos.  Detalhes que cobram protagonismo na estação invernal.  Para a mulher as formas reinterpretam-se.  Casacos de viscosa arquitectónicos com jogos de volumes e superposições.  Vestidos que parecem construído por um milagre e que no momento menos esperado podem vir a se desconstruir.
       
Uma colecção construída à volta de silhuetas que enfatizam a verticalidade e a envolvência do corpo. 

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