sábado, 10 de março de 2012

Miguel Vieira - 10.03.2012

Miguel Vieira recebeu os seus convidados com uma grande lua azul projectada na parede e o som de uma viola espanhola. Assim apareceu a primeira silhueta, cintura marcada e um vestido comprido que arrastava qual "bata de cola" flamenca.  A passo desafiante a modelos avançava pela passarela com atitude toureira. Pretos jatos e brocados dourados levariam os espectadores a uma distante Alhambra.

Os cabelos das mulheres em sensuais rabos de cavalo que desciam pelas costas dando sensualidade a decotes sugestivos. Cabelos disciplinados e brilhantes com riscos ao lado para os homens que conseguem através do gel um efeito molhado.

As peças femininas sensuais sem cair na vulgaridade. Aplicações de pelo preto e comprido nos punhos, golas ou até em forma de saias davam um glamour à proposta.  Vestidos justos, próximos ao corpo em silhuetas femininas.  Desfilaram capas de veludo por baixo das quais apareciam luvas de couro brilhante em verde e castanho. O dourado envelhecido fez a sua aparição num vestido e acabou por assumir a liderança para a noite.  Saias de tubo e calças lápis inteligentemente cortadas na parte traseira para mostrar o salto e garantir o conforto ao andar.

Os homens de Miguel Vieira são homens clássicos, poetas dos anos quarenta que não abandonam as peças do alfaiate. Blazers justos de dois botões com um lenço de renda no bolso e um clipe na lapela. O laço rouba o espaço à gravata para dar elegância às propostas. As calças de algodão jersey mostram um carácter urbano que se reafirma na forte presença de sapatilhas. As cores para o homem são verde escuro e azul petróleo, intensos e misteriosos, em veludos e algodões. Camisas brancas de popelina sem excepção.

Miguel Vieira cumprimentou aos presentes e caminhou até ao fim da passarela confiante de ter feito um óptimo trabalho.

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